O poeta vivia,
Uma vida simples,
Ele não procurava o barulho
Da multidão.
Só queria fazer sua poesia
Não se achava o tal
Só queria paz,
Não confusão.
Mas eis que um dia,
Vieram os piratas,
Como que vindos do nada,
Entraram na baía,
Invadiram a cidade
Do poeta.
Acabaram com a liberdade,
Privaram o povo
De sua felicidade.
Como o poeta é irreverente
Podia correr perigo.
Por isso disseram os amigos:
Suma! Poeta Suma!
Vá pela bruma,
Que os piratas não pegam.
Não vá à pé,
Vá à cavalo,
Que à pé doerão os seus calos.
Piratas insolentes!
De tão cruéis
Nem parecem gente!
Fuja poeta para o Oriente,
Ou para Portugal,
Onde tem parentes.
Se escolher o lado mais oriental,
Aproveite para estudar o Tao,
A sabedoria de Confúcio,
Não fique confuso,
Pratique a meditação.
Talvez até apareça
Uma mulher que além de bonita
Seja de bom gosto.
Bela como a rosa,
Que também seja sábia,
Que o leve para conhecer Buda.
Por isso poeta,
Vá pela neblina,
Vá pelo mato.
Lembre o que o profeta
Tanto vaticina.
Quando voltar à cidade querida
Pode já ter passado o perigo.
O Homem já pode ter pisado em Marte,
Ter avançado muito a medicina
Que para certas doenças hoje incuráveis
Já pode haver vacina.
Mas eis a surpresa!
O poeta diz que não parte,
Ele diz: “Não sumo! Não fujo!
Sumir? Fugir?
Não saio daqui!
Sou um poeta que ama sua cidade,
Que tem seus problemas,
Dramas,
Lindas damas
E bonitas paisagens.
Um poeta que ama o lugar onde vive!”
Poeta, coragem!
Fique e ame!
Não pense mais na partida,
Ame de todo o coração,
Cante uma alegre canção.
Um dia virá a vitória,
Será livre de novo a cidade,
Virá a libertação!
Márcio José Matos Rodrigues
04/03/2011