Eu sempre
morei na rua. Nunca tive Páscoa, aniversário, nem sabia o seu significado.
Eu andava pela
rua dia e noite. Comia restos, coisas que achava no lixo. Minha vida não tinha
sentido algum.
Época de Natal,
Ano Novo, Dia das Crianças era dia como outro qualquer, a diferença e que
achava mais comida no lixo.
Algumas noites
de inverno, eu sentia muito frio, meu coberto era o jornal de segunda-feira.
Pensava que só a fome, doía tanto, mas o frio entrava pelo corpo e me fazia
murmurar sozinho.
Olho para
todos os lados e vejo que a rua está deserta. Lembro das coisas bonitas que via
nas televisões das vitrines das lojas perto dali.
Orei tantas
vezes pedindo ajuda de Deus e dormia nas minhas orações.
Um dia o
Senhor ouviu minhas orações e enviou um anjo até a mim e quando ele me
encontrou, vi que milagres são realmente de Deus, pois, sempre vivi na rua, não
sabia de nada e nem tinha consciência das coisas.
Mas, esse
anjo, segurou minhas mãos e me deu um abraço tão forte que senti algo diferente
dentro de mim.
Ele me tirou
da rua e me mostrou que tudo pode ser mudado, ser houver carinho, amor,
educação e muita paciência.
Você mamãe me
mostrou como se lapida um diamante e como ele pode brilhar para sempre através de suas gerações, pois suas lembranças vivem em meu coração e no meu pensamento.
Mãe, você me
tirou da rua, me deu um lar, uma família e me transformou no homem que sou, um
cidadão, um pai exemplar e muitos outros adjetivos que você me fez aprender e
dar valor.
Obrigado,
mãe...
De seu filho
adotivo,
Marcos Verano